No próximo dia 24, elas vão subir ao palco, na Senzala do Barro Preto, sede do Ilê Aiyê, no Curuzu, para mostrar, por meio da dança, que querem ser a Deusa do Ébano. Apenas uma das 15 candidatas receberá a coroa, na Noite da Beleza Negra.
O presidente do bloco, Antonio Carlos, o Vovô do Ilê, dá dica para quem quer ser a vencedora: “Tem que ser uma negra consciente e apenas dançar bem. Esses são os dois aspectos mais importantes”, afirma.
A secretária-executiva Daniele Nascimento, 27, é uma das 15 pré-selecionadas – foram inscritas 60 mulheres. Ela concorre ao título pela sexta vez para realizar o sonho que tem desde criança.
“É um dos objetivos da minha vida. Venho me preparando e já criei experiência. Danço desde os 15 anos e sempre me assumi como negra na vida, no trabalho”, conta.
Daniele já tem até planos, caso seja escolhida. “Se eu ganhar, quero participar dos projetos sociais do bloco e representar as mulheres negras através do Ilê”, acrescenta.
Ação afirmativa
Para Vovô do Ilê, a importância do concurso, que está na 36ª edição, é contribuir para a autoestima da mulher negra: “Na Bahia, as rainhas de blocos e bailes dificilmente eram negras. Privilegiavam as de pele clara, lábios finos. A criação da Deusa do Ébano é uma das grandes ações afirmativas do Ilê”.
A arte-educadora Caroline Lopes, 20, concorre pela primeira vez. Moradora de Plataforma, no Subúrbio, ela conta que já está preparando a roupa que usará na noite da escolha da rainha. “Acho que o concurso tem tudo a ver com a minha identidade. É preciso destacar minha origem afro-brasileira”.
Assim como Daniele, a recepcionista Juciara do Espírito Santo, 33, também concorre pela sexta vez. Mas diz que a sensação, ao subir ao palco, é como se fosse a primeira vez. “O que me motivou a participar foi autoconfiança que o bloco propõe, de exaltar a beleza da mulher negra”, frisa Juciara.
Nascida e criada no Nordeste de Amaralina, ela lembra quando viu o Ilê passar, em 1990. Juciara tinha ido para a avenida, à noite, ver o desfile dos blocos afro.
“Quando vi o Ilê passar na avenida, me bateu a vontade de sair também. Naquela época, eu estudava e trabalhava. Não tinha como. Não sabia nem dançar. Investi em aulas de dança para me preparar. Em 2009, concorri pela primeira vez”, conta a candidata que já conseguiu ser rainha do Malê de Balê.
Desfile
Este ano, pela primeira vez, as candidatas que ficarem em segundo e terceiro lugar também desfilarão com a vencedora em um carro alegórico.
As três primeiras colocadas recebem ainda prêmios em dinheiro. Já a rainha, acompanhará e representará o Ilê Aiyê em apresentações dentro e fora do Brasil.
“Fizemos essa mudança para valorizar, além da primeira colocada, os outros dois lugares”, disse Vovô. A festa da escolha da rainha terá participação dos cantores Lazzo e o jamaicano Doutor Norrie Weir.
O primeiro ensaio do bloco acontece no próximo sábado, na Senzala, ás 22h. São convidados banda Mametto e o grupo Catadinho do Samba.
Por Anderson Sotero Do atarde
O presidente do bloco, Antonio Carlos, o Vovô do Ilê, dá dica para quem quer ser a vencedora: “Tem que ser uma negra consciente e apenas dançar bem. Esses são os dois aspectos mais importantes”, afirma.
A secretária-executiva Daniele Nascimento, 27, é uma das 15 pré-selecionadas – foram inscritas 60 mulheres. Ela concorre ao título pela sexta vez para realizar o sonho que tem desde criança.
“É um dos objetivos da minha vida. Venho me preparando e já criei experiência. Danço desde os 15 anos e sempre me assumi como negra na vida, no trabalho”, conta.
Daniele já tem até planos, caso seja escolhida. “Se eu ganhar, quero participar dos projetos sociais do bloco e representar as mulheres negras através do Ilê”, acrescenta.
Ação afirmativa
Para Vovô do Ilê, a importância do concurso, que está na 36ª edição, é contribuir para a autoestima da mulher negra: “Na Bahia, as rainhas de blocos e bailes dificilmente eram negras. Privilegiavam as de pele clara, lábios finos. A criação da Deusa do Ébano é uma das grandes ações afirmativas do Ilê”.
A arte-educadora Caroline Lopes, 20, concorre pela primeira vez. Moradora de Plataforma, no Subúrbio, ela conta que já está preparando a roupa que usará na noite da escolha da rainha. “Acho que o concurso tem tudo a ver com a minha identidade. É preciso destacar minha origem afro-brasileira”.
Assim como Daniele, a recepcionista Juciara do Espírito Santo, 33, também concorre pela sexta vez. Mas diz que a sensação, ao subir ao palco, é como se fosse a primeira vez. “O que me motivou a participar foi autoconfiança que o bloco propõe, de exaltar a beleza da mulher negra”, frisa Juciara.
Nascida e criada no Nordeste de Amaralina, ela lembra quando viu o Ilê passar, em 1990. Juciara tinha ido para a avenida, à noite, ver o desfile dos blocos afro.
“Quando vi o Ilê passar na avenida, me bateu a vontade de sair também. Naquela época, eu estudava e trabalhava. Não tinha como. Não sabia nem dançar. Investi em aulas de dança para me preparar. Em 2009, concorri pela primeira vez”, conta a candidata que já conseguiu ser rainha do Malê de Balê.
Desfile
Este ano, pela primeira vez, as candidatas que ficarem em segundo e terceiro lugar também desfilarão com a vencedora em um carro alegórico.
As três primeiras colocadas recebem ainda prêmios em dinheiro. Já a rainha, acompanhará e representará o Ilê Aiyê em apresentações dentro e fora do Brasil.
“Fizemos essa mudança para valorizar, além da primeira colocada, os outros dois lugares”, disse Vovô. A festa da escolha da rainha terá participação dos cantores Lazzo e o jamaicano Doutor Norrie Weir.
O primeiro ensaio do bloco acontece no próximo sábado, na Senzala, ás 22h. São convidados banda Mametto e o grupo Catadinho do Samba.
Fonte: A tarde
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