A data internacional
do 25 de julho teve origem no 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e
Afro-Caribenhas realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992.
Ao longo dos anos, a data vem se consolidando no calendário de luta do
movimento negro, revelando e reforçando os movimentos de resistências das
mulheres negras, bem como denunciando as consequências do entrecruzamento entre
racismo e sexismo, particularmente na América Afro-latina e caribenha, cujos
países, que constituem a diáspora africana no Novo Mundo tem como elementos
estruturais comuns em suas formações os processos de dominação, escravidão e
exploração colonial, efetuados desde o século XVI até o século XIX, por
Espanha, Portugal, Inglaterra e França.
No Brasil, a
presidente Dilma Rousseff sancionou em 2014 a Lei nº 12.987, como o Dia
Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi uma
líder quilombola, que viveu durante o século XVIII. Com a morte do companheiro,
se tornou a liderança do quilombo e guiou a comunidade negra e indígena na
resistência às investidas das tropas escravistas por duas décadas, até 1770,
quando o quilombo foi destruído e a população, formada por 79 negros e 30 indígenas,
foi morta ou aprisionada.
A celebração do 25 de
julho e sua incorporação na agenda pública constitui uma importante ação contra
o racismo institucional pelo reconhecimento do papel das mulheres negras na
formação social e histórica latino-americana e caribenha e é uma inspiração
para a continuidade das lutas contemporâneas por eliminação das desigualdades e
discriminações.
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