Programa de Estudos e Debates dos Povos Africanos e Afro-americanos

09/02/2015

OAB cria comissão da verdade sobre a escravidão negra

Resgatar a história da população negra no Brasil, inclusive as atrocidades cometidas à época da escravatura, para fazer sugestões de políticas públicas e ações afirmativas para construir uma igualdade plena no Pais. Esse é o objetivo da Comissão Nacional da Verdade sobre a Escravidão Negra criada pelo Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados Brasil).
Inspirada na Comissão Nacional da Verdade que investigou o período da ditadura no Brasil, o grupo composto por 57 membros, 10 advogados, 35 consultores e 15 convidados do judiciário e Ministério Público, terá prazo de dois anos para concluir o trabalho. A expectativa é de que um relatório parcial das atividades seja divulgado no final de 2015, já o documento final está previsto para dezembro de 2016.
"Queremos buscar todas aquelas ações da escravidão que persistem até hoje e fazem do País um campeão da desigualdade da descriminação e do racismo. É preciso que investiguemos a fundo os fatos da escravidão assim como a Comissão Nacional da Verdade investigou fatos da ditadura e da tortura que persistem até hoje, a nossa comissão também pretende abolir, encerrar, banir os fatos que existem na escravidão até hoje", destacou o presidente do colegiado, Humberto Adami.
Para a realização dos trabalhos, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica, Ideli Salvatti, disse que o governo federal estará à disposição para ajudar no que for necessário.
A comissão também terá parcerias com entidades como a Fundação Zumbi dos Palmares, o Instituto de Pesquisa e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro), o Instituto Nzinga Mulher Negra, além de universidades brasileiras.
O presidente nacional da entidade, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, cobrou do governo federal uma comissão nos moldes da empossada hoje pela OAB. "Somos um só Brasil. Queremos uma nação de iguais. O fim do racismo e do preconceito, não admitindo a intolerância e a discriminação, são fundamentais para a construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna", afirmou.


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