A Comissão de
Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), em parceria com a Associação
Brasileira de Imprensa (ABI), com o Centro de Articulação de Populações
Marginalizadas (CEAP) e outras entidades, realizará, nesta quarta-feira (21) a partir das 17h, na sede da ABI, ato pelo Dia Nacional
de Combate à Intolerância Religiosa com o nome “Liberdade Religiosa, Liberdade
de Expressão em Solidariedade às Vítimas de
Intolerância no Brasil, Nigéria e na França”. Logo após os ataques
terroristas na Europa, o grupo debaterá o assunto, e, com a presença de
pesquisadores, jornalistas e religiosos, viabilizará conversa sobre esse tipo
de discriminação também no Brasil.
A
entidade organizadora, que sempre marca o 21 de janeiro com acontecimento,
optou pela realização de uma discussão que possa expressar a importância das
liberdades de cultos e, também, de imprensa e expressão. É o que afirma o
interlocutor, babalawo Ivanir dos Santos. “A Comissão sempre faz algo neste dia
justamente porque uma sacerdotisa do Candomblé morreu, nesta data, quando viu
sua foto estampada na capa da Folha Universal a chamando de macumbeira
charlatã. Esse tipo de sentimento raivoso não constrói, a exemplo do que tem
ocorrido na França”, diz dos Santos, que ressalta a necessidade das liberdades.
“Convivemos com islâmicos na Comissão, e o que pregam não tem nada a ver com
ódio, morte e intolerância. Toda pessoa que sabe a importância de sua fé
respeita a do outro. Com certeza, atos terroristas não vêm de fiéis do
Islamismo, e a liberdade de imprensa é essencial para o melhor desenvolvimento
de todas as sociedades” – afirma.
O 21 de janeiro
Instituído
como Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, remete ao falecimento de
Gildásia dos Santos e Santos, fundadora do Ilê
Axé Abassá de Ogum, terreiro de Candomblé localizado nas imediações da Lagoa do
Abaeté, bairro de Itapuã, Salvador (BA). A mãe de santo foi vítima de AVC em 21
de janeiro de 2000, após ter seu rosto estampado na capa de publicação da
Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) com a manchete “macumbeiros charlatões
lesam o bolso e a vida dos clientes”.
“O
trabalho da CCIR é pela liberdade para todos, sem demonizações de religiões e
respeito também pelos que não têm fé. Somos todos cidadãos e vivemos em um
estado laico. É justamente com discursos fundamentalistas como os que vitimaram
Mãe Gilda que fanáticos se acham, em nome de Deus, no direito de agir como na
sede do jornal Charlie Hebdo. Por isso, dia 21, vamos chamar atenção da
sociedade, mais uma vez, para o fato de que é preciso estar atenta ao respeito
aos diferentes credos, incluindo ateus e agnósticos”, revelou Ivanir dos
Santos.
Além de
debates e shows gratuitos, a CCIR organiza eventos em 21 de janeiro pela
comemoração do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Em setembro, o
grupo, que tem membros cristãos, muçulmanos, judeus, umbandistas,
candomblecistas, espíritas, ciganos, pagãos, budistas e de diversas outras
religiões, realiza a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, ao terceiro
domingo.
Serviço:
“Liberdade Religiosa, Liberdade de Expressão
em Solidariedade às Vítimas de Intolerância no Brasil e na França”.
Quando: 21 de janeiro de 2015
Horário: 17h
Local: ABI – Auditório 9º andar
Endereço: Rua Araújo Porto Alegre, 71 –
Centro – Rio de Janeiro.
Contato: Luis Antônio – 9-7634-2158 ou
9-8160-5688
Claudia Rios – 2232-7077
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