Programa de Estudos e Debates dos Povos Africanos e Afro-americanos

21/01/2015

“Liberdade Religiosa, Liberdade de Expressão em Solidariedade às Vítimas de Intolerância no Brasil, Nigéria e na França” será na ABI.

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), em parceria com a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), com o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP) e outras entidades, realizará, nesta quarta-feira (21) a partir das 17h, na sede da ABI, ato pelo Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa com o nome “Liberdade Religiosa, Liberdade de Expressão em Solidariedade às Vítimas de  Intolerância no Brasil, Nigéria e na França”. Logo após os ataques terroristas na Europa, o grupo debaterá o assunto, e, com a presença de pesquisadores, jornalistas e religiosos, viabilizará conversa sobre esse tipo de discriminação também no Brasil.

A entidade organizadora, que sempre marca o 21 de janeiro com acontecimento, optou pela realização de uma discussão que possa expressar a importância das liberdades de cultos e, também, de imprensa e expressão. É o que afirma o interlocutor, babalawo Ivanir dos Santos. “A Comissão sempre faz algo neste dia justamente porque uma sacerdotisa do Candomblé morreu, nesta data, quando viu sua foto estampada na capa da Folha Universal a chamando de macumbeira charlatã. Esse tipo de sentimento raivoso não constrói, a exemplo do que tem ocorrido na França”, diz dos Santos, que ressalta a necessidade das liberdades. “Convivemos com islâmicos na Comissão, e o que pregam não tem nada a ver com ódio, morte e intolerância. Toda pessoa que sabe a importância de sua fé respeita a do outro. Com certeza, atos terroristas não vêm de fiéis do Islamismo, e a liberdade de imprensa é essencial para o melhor desenvolvimento de todas as sociedades” – afirma.

O 21 de janeiro

Instituído como Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, remete ao falecimento de Gildásia dos Santos e Santos, fundadora do Ilê Axé Abassá de Ogum, terreiro de Candomblé localizado nas imediações da Lagoa do Abaeté, bairro de Itapuã, Salvador (BA). A mãe de santo foi vítima de AVC em 21 de janeiro de 2000, após ter seu rosto estampado na capa de publicação da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) com a manchete “macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”.

“O trabalho da CCIR é pela liberdade para todos, sem demonizações de religiões e respeito também pelos que não têm fé. Somos todos cidadãos e vivemos em um estado laico. É justamente com discursos fundamentalistas como os que vitimaram Mãe Gilda que fanáticos se acham, em nome de Deus, no direito de agir como na sede do jornal Charlie Hebdo. Por isso, dia 21, vamos chamar atenção da sociedade, mais uma vez, para o fato de que é preciso estar atenta ao respeito aos diferentes credos, incluindo ateus e agnósticos”, revelou Ivanir dos Santos.

Além de debates e shows gratuitos, a CCIR organiza eventos em 21 de janeiro pela comemoração do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Em setembro, o grupo, que tem membros cristãos, muçulmanos, judeus, umbandistas, candomblecistas, espíritas, ciganos, pagãos, budistas e de diversas outras religiões, realiza a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, ao terceiro domingo.

Serviço:

“Liberdade Religiosa, Liberdade de Expressão em Solidariedade às Vítimas de Intolerância no Brasil e na França”.

Quando: 21 de janeiro de 2015
Horário: 17h
Local: ABI – Auditório 9º andar
Endereço: Rua Araújo Porto Alegre, 71 – Centro – Rio de Janeiro.
Contato: Luis Antônio – 9-7634-2158 ou 9-8160-5688
Claudia Rios – 2232-7077



CCIR- Comissão de Combate a Intolerância Religiosa
Rua Sampaio Ferraz, 29 Estácio – CEP 20.250-040 Rio de Janeiro.


Fonte: Professor Doutor Marco José de Oliveira Duarte





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