Programa de Estudos e Debates dos Povos Africanos e Afro-americanos

27/11/2014

Unesco reconhece a capoeira como Patrimônio Cultural da Humanidade Anúncio foi feito em Paris. Presidente do Iphan comemora reconhecimento.




Uma das manifestações artísticas mais tradicionais do Brasil passou nesta quarta-feira (26) a ser um bem mundial. A Unesco reconheceu a capoeira como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Ao som do berimbau, luta, dança e esporte se misturam. É a expressão de um povo. Mestres brasileiros já levaram o batuque e o gingado para mais de 100 países. Nesta quarta-feira (26), em Paris, a roda de capoeira passou a ser considerada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. O som do berimbau e dos atabaques era de festa.
“Nós estamos muito emocionados porque a capoeira, criada pelos escravos, proibida, interditada no Brasil por muitos anos, hoje é um patrimônio da humanidade, reconhecida pela Unesco e presente em vários países do mundo”, diz Jurema Machado, presidente do Iphan.
No estado com o maior percentual de negros do país, a capoeira tem um espaço só para ela. Em Salvador, um forte do século 17 hoje abriga escolas e exposições dedicadas a essa manifestação cultural. Para quem vive, respira capoeira, o reconhecimento da Unesco é a prova maior da força dessa tradição que resiste aos séculos sem perder as raízes e cada vez mais popular.

"Quanto mais houver reconhecimento para o capoeirista, para os mestres de capoeira, para a capoeira em si, é importante no sentido de ela se firmar”, afirma Marcos Grito, professor de capoeira.
 
Nas rodas de capoeira o sentimento vai além da euforia pelo prêmio simbólico. É também de superação do preconceito.
"Quando eu tinha 18 anos eu não pude entrar na capoeira porque minha mãe não queria capoeirista em casa. E hoje eu queria que ela estivesse viva para ter, para ver esse prazer que a gente está tendo hoje", conta Edilson de Jesus, mestre de capoeira.

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